Em Isaías 19, Deus continua fazendo advertências contra as nações inimigas de Israel e Judá. O poder, a sabedoria e a riqueza do Egito não serão capazes de impedir o juízo do Senhor. Por fim, a promessa é que até os egípcios servirão ao Senhor. Erguerão um altar de adoração e buscarão a face do Deus de Israel.
Esboço de Isaías 19:
19.1 – 11: Advertência contra o Egito
19.12 – 16: Onde estão os sábios
19.17 – 25: Paz a ser estabelecida na Terra
Isaías 19:1-4 – Advertência contra o Egito
Em Isaías 19 vemos que a profecia bíblica se volta para o Egito, isso acontece porque algumas pessoas queriam buscar proteção no Egito contra a ameaça assíria.
Mas Isaías apontou que o Egito não ajudaria em nada, porque ele também seria opresso pelo julgamento de Deus.
Uma das consequências desse juízo, seria a crise interna, conforme lemos em Isaías 19:1-4.
O julgamento estava vindo do SENHOR contra o Egito. Deus é retratado como que cavalgando em uma nuvem rápida.
Na mitologia cananéia, essa mesma ideia é usada para Baal, o deus da chuva e da fertilidade. No entanto, o Senhor, não Baal, é o verdadeiro Doador de chuva e fertilidade.
Os deuses do Egito não seriam capazes de salvar seu povo do julgamento vindouro. Seus ídolos tremeriam diante dEle, o que faria com que o povo ficasse desanimado e deprimido, exatamente quando aconteceu durante o derramamento das pragas (Isaías 19:1).
O juízo de Deus causaria divisões internas (v. 2) e desespero entre as pessoas quando elas percebessem que seus deuses, meros ídolos, e suas práticas ocultas não seriam o suficiente para salvá-los.
Oprimidos
De agora em diante, eles seriam oprimidos por um líder cruel e um rei feroz, o rei do império assírio.
O Egito, que séculos antes haviam sido cruel com os filhos de Israel (Êxodo 1:11-14), agora seria objeto de crueldade.
Este rei assírio foi Assaradão – também chamado de Essaradão, Esaradão, Esar-Hadom e Assuradã – que conquistou o Egito em 671 a.C.
Este julgamento viria do Senhor, o Senhor Todo-Poderoso (Isaías 19:4), Senhor de Israel e grande Deus que guarda a aliança.
A infertilidade do Egito
Em Isaías 19:5-10 lemos que, para mostrar que o julgamento realmente viria de Deus, o profeta Isaías anuncia que a destruição afetaria inclusive a natureza.
Uma seca arruinaria a economia e faria com que as pessoas cujo trabalho dependia do Nilo ficassem deprimidas.
O rio (Isaías 19:5), é com certeza, uma referência ao Nilo, a “força vital” do Egito, a fonte do crescimento agrícola da nação. Sem o Nilo, o Egito não teria sobrevivido. A inundação anual do Nilo sobre os campos enriquecia o solo.
Com a seca do Nilo (provocada por Deus, não por conquista militar), juncos de papiro, plantas, e todo campo semeado murcharia (vv. 6–7).
Os pescadores que usassem anzóis ou redes não seriam capazes de encontrar seu sustento (v.8), e aqueles que obtinham sua renda trabalhando com linho, ou seja, que dependiam da água para seu crescimento, ou outro tecido (Êxodo 9:31), não seria capaz de manter seu comércio (Isaías 19:9–10).
Toda a economia dependia do rio Nilo.
A sabedoria do Egito não ajudaria
O Egito era bem conhecido no mundo antigo por seus escritos de sabedoria e seus sábios. Mas Isaías avisou o Egito para não contar com seus sábios para salvar a nação da destruição vindoura (Isaías 19:11–15).
Os oficiais de Zoã (uma cidade onde moravam os principais sábios do Egito, citada em Números 13:22), os conselheiros sábios do Faraó e os líderes de Mênfis pensavam que sua sabedoria poderia salvá-los do juízo de Deus.
Mas a sabedoria deles era loucura comparada com a sabedoria do Senhor Todo-Poderoso que estava planejando o ataque.
Ninguém no Egito poderia fazer nada para evitar a destruição; eram como bêbados cambaleantes diante do Senhor.
Nem os líderes nem a população puderam conter o julgamento de Deus.
Paz a ser estabelecida na terra
A situação descrita em Isaías 19:16-25 não se limitará ao Egito. A Assíria e o resto da terra também receberão bênçãos naquele dia, o Milênio.
As pessoas viajarão por uma estrada do Egito à Assíria, e as pessoas dessas duas nações – inimigas nos dias de Isaías! – adorarão juntas.
Nos dias de Isaías, Judá esperava que o Egito a salvasse dos assírios. Mas, notavelmente, no Milênio essas três potências, Assíria, Egito e Israel, terão um relacionamento harmonioso e pacífico sob a mão da bênção de Deus.
Tudo isso, é claro, cumprirá parte da promessa feita a Abraão de que “todos os povos da terra serão abençoados por meio dele” (Gênesis 12:3).