Em Jó 19 vemos que a impiedade de seus amigos continua a castigar sua alma. E Jó pergunta até quando eles continuarão a torturá-lo.
Não podemos agir assim!
Como representantes de Deus, não podemos permitir que a arrogância, o orgulho e o ego sejam os agentes motivadores de nossas palavras. Ao decidir aconselhar ou falar com alguém, precisamos ter a certeza de que estamos agindo legitimamente, isto é, que nos importamos com a pessoa a ser aconselhada.
Mesmo exortando ou chamando-a para o arrependimento, devemos ser motivados pelo amor sincero e o desejo de ver uma alma sendo resgatada, e não por motivações pessoais como vanglória ou orgulho.
A atitude dos amigos de Jó só pioravam a sua dor e acrescentava ainda mais angústia ao sofrimento dele.
Ele se vê como alguém que é desprezado por todos os que o amavam, como sua mulher e seus servos. A insegurança o abatia, dia após dia, isso causado principalmente pela aparência do seu corpo que definhava.
Jó encerra o capítulo declarando que acredita que mesmo na sua morte, Deus o redimirá e mostrará sua inocência.
Ou seja, mesmo em meio a tamanha aflição, angústia e dor, ele acreditava no Senhor, não perdeu a esperança de estar diante dEle.
Esboço de Jó 19:
19.1 – 7: A resposta de Jó a Bildade
19.8 – 21: A solidão de Jó
19.22 – 29: O meu Redentor vive
Jó 19.1 – 7: A resposta de Jó a Bildade
1 Então Jó respondeu:
2 Até quando vocês continuarão a atormentar-me, e a esmagar-me com palavras?
3 Vocês já me repreenderam dez vezes; não se envergonham de agredir-me!
4 Se é verdade que me desviei, meu erro só interessa a mim.
5 Se de fato vocês se exaltam acima de mime usam contra mima minha humilhação,
6 saibam que foi Deus que me tratou male me envolveu em sua rede.
7 Se grito: É injustiça! Não obtenho resposta; clamo por socorro, todavia não há justiça.
Jó 19.8 – 21: A solidão de Jó
8 Ele bloqueou o meu caminho, e não consigo passar; cobriu de trevas as minhas veredas.
9 Despiu-me da minha honra e tirou a coroa de minha cabeça.
10 Ele me arrasa por todos os lados enquanto eu não me vou; desarraiga a minha esperança como se arranca uma planta.
11 Sua ira acendeu-se contra mim; ele me vê como inimigo.
12 Suas tropas avançam poderosamente; cercam-me e acampam ao redor da minha tenda.
13 Ele afastou de mimos meus irmãos; até os meus conhecidos estão longe de mim.
14 Os meus parentes me abandonaram e os meus amigos esqueceram-se de mim.
15 Os meus hóspedes e as minhas servas consideram-me estrangeiro; veem-me como um estranho.
16 Chamo o meu servo, mas ele não me responde, ainda que eu lhe implore pessoalmente.
17 Minha mulher acha repugnante o meu hálito; meus próprios irmãos têm nojo de mim.
18 Até os meninos zombam de mime dão risada quando apareço.
19 Todos os meus amigos chegados me detestam; aqueles a quem amo voltaram-se contra mim.
20 Não passo de pele e ossos; escapei só com a pele dos meus dentes.
21 Misericórdia, meus amigos! Misericórdia! Pois a mão de Deus me feriu.
Jó 19.22 – 29: O meu Redentor vive
22 Por que vocês me perseguem como Deus o faz? Nunca irão saciar-se da minha carne?
23 Quem dera as minhas palavras fossem registradas! Quem dera fossem escritas num livro,
24 fossem talhadas a ferro no chumbo, ou gravadas para sempre na rocha!
25 Eu sei que o meu Redentor vive, e que no fim se levantará sobre a terra.
26 E depois que o meu corpo estiver destruído e sem carne, verei a Deus.
27 Eu o verei com os meus próprios olhos; eu mesmo, e não outro! Como anseia no meu peito o coração!
28 Se vocês disserem: “Vejamos como vamos persegui-lo, pois a raiz do problema está nele”,
29 melhor será que temam a espada, porquanto por meio dela a ira lhes trará castigo, e então vocês saberão que há julgamento.