Em Jó 24 a grande aflição do santo Jó lhe faz questionar a Deus sobre o fato de que muitos ímpios vivem sem ser afligidos. Mesmo praticando grande mal e sendo opressores impiedosos, eles continuam vivendo pacificamente as suas vidas, disse Jó.
Já ouvi muitas pessoas falarem sobre Jó, e percebo que muitos estereótipos foram criados, de perfeição, de palavras boas e prudentes, sempre, de sentimento de adoração do começo ao fim do livro, enfim.
Mas essa visão não está correta.
Embora ele não tenha blasfemado contra o Senhor, vemos que por causa de sua dor, luto e angústia que a maioria de nós não consegue nem imaginar, ele falou algumas coisas que não refletem a verdade sobre quem Deus é, o que ao final do livro é reconhecido por ele.
Na angústia, na dor, podemos falar e pensar muitas coisas que não refletem a verdade sobre Deus. A tristeza nos leva rapidamente a questionar o porquê de tudo isso.
Minha oração é que o Espírito Santo nos ajude em momentos assim, para que a nossa fé não pereça.
Esboço de Jó 24:
24.1 – 12: A maldade dos ímpios
24.13 – 17: A impunidade momentânea dos ímpios
24.18 – 25: O fim dos ímpios
Jó 24.1 – 12: A maldade dos ímpios
1 Por que o Todo-poderoso não marca as datas de julgamento? Por que aqueles que o conhecem não chegam a vê-las?
2 Há os que mudam os marcos dos limites e apascentam rebanhos que eles roubaram.
3 Levam o jumento que pertence ao órfão e tomam o boi da viúva como penhor.
4 Forçam os necessitados a sair do caminho e os pobres da terra a esconder-se.
5 Como jumentos selvagens no deserto, os pobres vão em busca de comida; da terra deserta a obtêm para os seus filhos.
6 Juntam forragem nos campos e respigam nas vinhas dos ímpios.
7 Pela falta de roupas, passam a noite nus; não têm com que cobrir-se no frio.
8 Encharcados pelas chuvas das montanhas, abraçam-se às rochas por falta de abrigo.
9 A criança órfã é arrancada do seio de sua mãe; o recém-nascido do pobre é tomado para pagar uma dívida.
10 Por falta de roupas, andam nus; carregam os feixes, mas continuam famintos.
11 Espremem azeitonas dentro dos seus muros; pisam uvas nos lagares, mas assim mesmo sofrem sede.
12 Sobem da cidade os gemidos dos que estão para morrer, e as almas dos feridos clamam por socorro. Mas Deus não vê mal nisso.
Jó 24.13 – 17: A impunidade momentânea dos ímpios
13 Há os que se revoltam contra a luz, não conhecem os caminhos dela e não permanecem em suas veredas.
14 De manhã o assassino se levanta e mata os pobres e os necessitados; de noite age como ladrão.
15 Os olhos do adúltero ficam à espera do crepúsculo; “Nenhum olho me verá”, pensa ele; e mantém oculto o rosto.
16 No escuro os homens invadem casas, mas de dia se enclausuram; não querem saber da luz.
17 Para eles a manhã é tremenda escuridão; eles são amigos dos pavores das trevas.
Jó 24.18 – 25: O fim dos ímpios
18 São, porém, como espuma sobre as águas; sua parte da terra foi amaldiçoada, e por isso ninguém vai às vinhas.
19 Assim como o calor e a seca depressa consomem a neve derretida, assim a sepultura consome os que pecaram.
20 Sua mãe os esquece, os vermes se banqueteiam neles. Ninguém se lembra dos maus; quebram-se como árvores.
21 Devoram a estéril e sem filho se não mostram bondade para com a viúva.
22 Mas Deus, por seu poder, os arranca; embora firmemente estabelecidos, a vida deles não tem segurança.
23 Ele poderá deixá-los descansar, sentindo-se seguros, mas atento os vigia nos caminhos que seguem.
24 Por um breve instante são exaltados, e depois se vão, colhidos como todos os demais, ceifados como espigas de cereal.
25 “Se não é assim, quem poderá provar que minto e reduzir a nada as minhas palavras?”