Em Jó 29 o santo homem de Deus traz à memória os dias de grande glória que tinha antes que a calamidade o atingisse. Ele ora ao Senhor desejando que estes dias voltassem e ele tivesse novamente paz em sua alma.
Jó faz uma descrição detalhada sobre seus bens, estilo de vida e a autoridade que tinha na comunidade.
Em Lamentações 3:21, vemos que após uma descrição detalhada de seu sofrimento, Jeremias declara que trará a memória, aquilo que pode lhe dar esperança.
Algo semelhante faz Jó neste capítulo.
Pensar em como eram seus dias pode ter lhe dado um pouco de alivio diante da pressão dos amigos e da dor da perda.
Em suas palavras, percebe-se o grande desejo de que aqueles dias voltem. Jó gostaria de viver novamente daquela forma, e deixa isso bem claro.
Mas afinal, quem escolhe viver miseravelmente? Quem deseja viver doente e falido, tendo prazer nisso?
Como Pai bondoso, Deus deseja que tenhamos uma vida tranquila, boa. Onde nada nos falte.
O desejo de Jó é louvável, e nos mostra que também devemos desejar o bem, e não o mal.
Esboço de Jó 29:
29.1 – 6: “Saudades…”
29.7 – 17: Belos dias passados
29.18 – 25: Havia prestígio
Jó 29.1 – 6: “Saudades…”
1 prosseguiu sua fala:
2 Como tenho saudade dos meses que se passaram, dos dias em que Deus cuidava de mim,
3 quando a sua lâmpada brilhava sobre a minha cabeça e por sua luz eu caminhava em meio às trevas!
4 Como tenho saudade dos dias do meu vigor, quando a amizade de Deus abençoava a minha casa,
5 quando o Todo-poderoso ainda estava comigo e meus filhos estavam ao meu redor,
6 quando as minhas veredas se embebiam em nata e a rocha me despejava torrentes de azeite.
Jó 29.7 – 17: Belos dias passados
7 Quando eu ia à porta da cidade e tomava assento na praça pública;
8 quando, ao me verem, os jovens saíam do caminho, e os idosos ficavam em pé;
9 os líderes se abstinham de falar e com a mão cobriam a boca.
10 As vozes dos nobres silenciavam, e suas línguas colavam-se ao céu da boca.
11 Todos os que me ouviam falavam bem de mim, e quem me via me elogiava,
12 pois eu socorria o pobre que clamava por ajuda, e o órfão que não tinha quem o ajudasse.
13 O que estava à beira da morte me abençoava, e eu fazia regozijar-se o coração da viúva.
14 A retidão era a minha roupa; a justiça era o meu manto e o meu turbante.
15 Eu era os olhos do cego e os pés do aleijado.
16 Eu era o pai dos necessitados, e me interessava pela defesa de desconhecidos.
17 Eu quebrava as presas dos ímpios e dos seus dentes arrancava as suas vítimas.
Jó 29.18 – 25: Havia prestígio
18 Eu pensava: Morrerei em casa, e os meus dias serão numerosos como os grãos de areia.
19 Minhas raízes chegarão até as águas, e o orvalho passará a noite nos meus ramos.
20 Minha glória se renovará em mim, e novo será o meu arco em minha mão.
21 Os homens me escutavam em ansiosa expectativa, aguardando em silêncio o meu conselho.
22 Depois que eu falava, eles nada diziam; minhas palavras caíam suavemente em seus ouvidos.
23 Esperavam por mim como quem espera por uma chuvarada, e bebiam minhas palavras como quem bebe a chuva da primavera.
24 Quando eu lhes sorria, mal acreditavam; a luz do meu rosto lhes era preciosa.
25 Era eu que escolhia o caminho para eles, e me assentava como seu líder; instalava-me como um reino meio das suas tropas; eu era como um consolador dos que choram.