Em Marcos 8, Jesus Cristo está ensinando a multidão há três dias e agora ela já não tem o que comer. Ele percebe isso e compartilha o incômodo com os discípulos.
Eles aconselham a fazer o mesmo que na primeira vez: “Onde, neste lugar deserto, poderia alguém conseguir pão suficiente para alimentá-los?”.
Jesus Cristo também faz o mesmo que fez na primeira vez: organiza a multidão, pede o que lhe resta e multiplica (Ver Estudo Sobre a Multiplicação de Pães e Peixes).
Em seguida eles parte para outra região e ele ensina aos discípulos que eles devem ter cuidado com o fermento dos fariseus.
Isto porque eles tinham visto dois grandes milagres com relação a provisão de Deus e continuavam preocupados com o que comer. Ou seja, não confiavam em Jesus.
Marcos relata que o Senhor curou um homem cego em Betsaida. Após isso ele faz uma reunião particular com os discípulos e pergunta: “Quem o povo diz que eu sou?”
A declaração de Pedro
Os discípulos respondem que a multidão não tem certeza sobre quem ele é, na verdade. Em seguida Jesus pergunta: “Quem vocês dizem que eu sou?” Pedro respondeu: “Tu és o Cristo”.
Ou seja, a mensagem de Cristo aos apóstolos estava começando a surtir efeito. A partir disso, Jesus aborda pela primeira vez o seu sofrimento (Ver Jesus no Getsêmani e Jesus na Cruz).
Quando Pedro ouve a profecia, ele o repreende severamente o Mestre. Jesus entende que Satanás está usando Pedro e o repreende de volta. Este episódio nos mostra o quanto somos vulneráveis. Em um instante Deus usa a Pedro, no outro instante ele dá lugar ao Diabo.
A tentativa de Pedro em fazer Jesus sentir pena de si mesmo, inspirou o sermão que encerra Marcos 8. Jesus Cristo deixa bem claro que qualquer um que quiser segui-lo deve tomar diariamente a sua cruz e segui-lo. Quem tiver vergonha desse estilo de vida ou de seu Mestre, será negado diante de Deus.
Marcos 8 e a incredulidade dos fariseus
As autoridades religiosas vieram e começaram a questioná-Lo (Marcos 8:11). Eles desejavam testá-Lo, para fazê-Lo provar a fonte de Sua autoridade.
Eles queriam que Jesus lhes mostrasse um sinal do céu, o que para eles seria uma comprovação divina.
No Antigo Testamento, um “sinal” não era tanto uma demonstração de poder quanto uma evidência de que uma declaração ou ação era autêntica e confiável.
Os fariseus não exigiam um milagre espetacular, mas que Jesus desse uma prova inequívoca de que Ele e Sua missão foram autorizados por Deus.
Jesus suspirou profundamente e fez uma pergunta que refletia Sua tristeza pela incredulidade deles (Marcos 8.12).
As palavras “esta geração” denotam a nação de Israel representada por aqueles líderes religiosos. Visto que eles continuamente rejeitaram a graça de Deus.
Nenhum sinal será dado
Com uma fórmula introdutória solene e uma expressão hebraica de forte negação, Jesus rejeitou seu pedido: “Nenhum sinal será dado a esta geração”.
Mateus citou a única exceção, “o sinal de Jonas” (Mateus 16:4), isto é, como um símbolo da ressurreição de Jesus em Mateus 12:39-40.
Em Marcos, há uma distinção entre um milagre e um sinal.
O primeiro evidencia a presença e o poder de Deus em Jesus. Um apelo por um milagre pode ser uma expressão legítima da fé.
Mas tal apelo é ilegítimo se surgir da descrença, como acontecia com os fariseus.
A indignação de Jesus ficou evidente por sua partida abrupta. Ele cruzou o Mar da Galiléia para a costa nordeste mais uma vez. E com isso, encerrou Seu ministério público na Galiléia (Marcos 8.13).